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Eu sinto plenos os olhares
Em todos os lugares.
Por onde passo,
tropeço nos alardes
em quietude.
Por onde vago,
ouço os silêncios
ensurdecedores.
Nas mentes que trabalham passeia
o mal que burila o corromper.
Nas mãos calejadas, se instala
a dor que pleiteia o escapulir da paz.
E, nessa multidão,
não há quem conheça,
os Dragões que sustento,
os muros íngremes que escalo,
a profundeza dos poços em que me entalo,
as borrascas em que me afogo.
Não há quem perceba
os sonhos abandonados
nos passos solitários,
as lágrimas que não correm
pelos olhos, então, estéreis;
os sorrisos que maquiam as Intempéries.
E desses tantos transeuntes,
Não há, também, um que conheça
a Força de que me alimento.
a Fé de que me sustento,
a Coragem que me alenta,
o Brilho que me ilumina,
o Amor que me segura as mãos,
a Paz na qual eu adormeço;
que faz com que eu abra
esses olhos quase inférteis
e continue
passo a passo
atrás da derradeira Luz
deste caminho extenso.