HOME
HOME
Um dia ele parou de vez e a olhou,
Com a profunda ressaca
De seus olhos escuros...
Que mais uma vez indagavam:
Será que é mesmo ela?
Ela que quase todos os dias,
Escorregou e atropelou o seu olhar.
Ele, mesmo tentando demonstrar
que ela não lhe importava tanto,
sabia que se a perdesse
ainda que de vista, voltaria a se queimar...
Ela que tantas vezes aparecia e se escondia...
Ela que quando ia embora permanecia mais.
Ela, a sua primeira pergunta
Ela, a sua única resposta!
A sua escuridão, a sua Luz!
Ela, que conserta sua alma,
Remendando seu coração!
Ele que lhe dá a mão,
mesmo não sabendo aonde ir!
Ele se desespera.
Ela adentra cada vez mais a sua vida,
quanto mais parece fora.
Então ele pensa que num tropeço que
voltará a perde-la...
Ele sempre a encontrará:
Com outro rosto e um nome diferente!
E ao lhe ver incerteza e certeza:
É um outro corpo, mas continua sendo ela!
Ela que outra vez lhe arrasta.
E que nunca lhe responde.
Que ao trocar as faces,
se torna cada dia mais eterna...
Ela, o sussurro na tempestade
que tantas vezes acalmou a sua voz.
Mesmo que sua boca se engane de vida
E lhe chame de outro nome.
Ele sentiu, sente e sentirá o chamado
do seu cego e louco coração!
Que faz de cada existência,
a beleza de uma nova oração!