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Não há quem...

Eu sinto plenos os olhares.

Em todos os lugares.

Por onde passo,

tropeço nos alardes

em quietude.

Por onde vago,

Ouço os silêncios

ensurdecedores.

Nas mentes que trabalham passeia

o mal que burila o corromper.

Nas mãos calejadas, se instala 

A dor que pleiteia o escapulir da paz.


E, nessa multidão,

não há quem conheça,

Os Dragões que sustento,

Os muros íngremes que escalo,

A profundeza dos poços em que me entalo,

As borrascas em que me afogo.

Não há quem perceba

Os sonhos abandonados

nos passos solitários.

As lágrimas que não correm

Pelos olhos quase estéreis.

Os sorrisos que maquiam as Intempéries.


E desses tantos transeuntes,

Não há também um que conheça,

A Força de que me alimento.

A Fé de que me sustento,

A Coragem que me alenta,

O Brilho que me ilumina,

O Amor que me segura as mãos,

A Paz na qual eu adormeço,

Que faz com que eu abra

Esses olhos quase inférteis

E continue passo a passo

Andando pela Luz

Até o fim deste

Caminho extremo.